Você foi incentivado a obedecer ou a responsabilizar-se por si mesmo?

Olá meus queridos leitores,

Espero quer seu dia esteja tranqüilo. Nas últimas semanas tenho andado sem tempo de escrever para vocês. Mas hoje quero falar da atitude de obediência versus atitude de auto-responsabilidade por si.

Quando falo em auto-responsabilidade muitas pessoas me dizem que pagam suas contas dentro do prazo, que são bons pais, são pontuais em seus compromissos, pagam seus impostos, etc. Mas de fato,  esses aspectos se relacionam mais com uma atitude de obediência do que com a auto-responsabilidade.

Vamos olhar rapidamente o quadro abaixo para ver as diferenças:

 A pessoa obediente

A pessoa auto-responsável

É motivada por fatores externos

É Motivada por fatores internos

Cumpre ordens

 Faz escolhas

Falta iniciativa para ações

Tem iniciativa própria

Só se sente valorizada quando recebe aprovação

Sente-se valorizada mesmo sem aprovação, ou mesmo desaprovada

Obedece e depois pensa

Pensa primeiro e depois pode obedecer

Tem um sentimento de dependência em relação a autoridades

É comum ter a sensação de poder pessoal e independência

A verdade é que somos educados muito mais para obedecer do que ser auto-responsáveis. Uma das conseqüências deste tipo de educação, é que não somos incentivados a pensar. Tanto em família como nas escolas, vejo que o principal objetivo dos pais e professores não é incentivar a autonomia e o pensamento independente, mas sim, a memorização de conhecimentos e princípios, o aprendizado de certas regras e obediência a autoridade.

E hoje, precisamos urgente de novas formas de pensar, de trabalhadores inteligentes, pessoas que saibam pensar por si, e não uma obediência robotizada.

Ser auto-responsável é uma atitude poderosa que ajuda não só manter nossas expectativas ancoradas na realidade, como também preserva nossa auto-estima e autoconfiança. Mas ela exige que nós abandonemos a fantasia de um salvador, de que alguém vai fazer por nós. Ela ainda nos confronta com nossa solidão, que queremos evitar a todo custo, e com a ilusão de que vamos achar um meio de transferir de nossos ombros, para os de alguém, o fardo de nossas necessidades.

Nathaniel Branden, em seu livro Auto-Estima  diz que  ...“Ninguém pode sentir-se forte ou competente para lidar com os desafios da vida se não assumir a responsabilidade por suas escolhas e seus atos. Ninguém pode se sentir eficiente se não assumir a responsabilidade pela satisfação dos próprios desejos . A responsabilidade pessoal é essencial a experiência da força interior . Quando esperamos que os outros nos tragam a felicidade, a satisfação ou mesmo a auto-estima, renunciamos ao controle de nossa vida.“ 

Deixo como sugestão um pequeno exercício de afirmações do autor acima citado, que ajudam e facilitam a auto-compreensão e o desenvolvimento pessoal da auto-responsabilidade, quando se trabalha sem acompanhamento de um psicoterapeuta. Nesta semana, cada manhã,  ao acordar, afirme estas frases em voz alta para você, reflita e perceba como elas ressoam em você.

AUTO RESPONSABILIDADE

Sou responsável pela minha vida.

Sou responsável pela realização dos meus desejos.

Sou responsável pelas minhas escolhas   e por meus atos.

Sou responsável pelo grau de consciência com que trabalho e faço as demais coisas.

Sou responsável pelo grau de consciência que busco em meus relacionamentos.

Sou responsável pelo modo como me comporto com as pessoas – no trabalho, em casa e amigos.

Sou responsável pela maneira que eu priorizo meu tempo.

Sou responsável pela qualidade da minha comunicação.

Sou responsável pela minha felicidade pessoal.

Sou responsável pela escolha e aceitação dos valores que regem minha vida.

No sentido mais essencial, aceito minha solidão, ou seja, aceito que ninguém virá para  acertar minha vida, salvar-me, redimir minha infância, resgatar-me das conseqüências de minha escolhas e de meus atos.

Em questões específicas, posso ser ajudado pelas pessoas, mas ninguém pode assumir a responsabilidade fundamental pela minha vida.

Assim como ninguém pode respirar por mim, ninguém pode cuidar de minhas funções básicas, como adquirir a experiência do auto-respeito, e da auto-aceitação.

A necessidade de auto-responsabilidade é natural, não a vejo como uma tragédia.

Deixo vocês com a reflexão sobre responsabilidade, desejando uma semana cheia de oportunidades para assumir seu destino.

Com todo meu carinho.

Um grande abraço e até breve,

Aga Brueckheimer
www.dr-Aga.com
55 47 3319-6001